Estava acontecendo uma manifestação no Largo do Arouche e a polícia estava reprimindo geral. Parecia uma batalha campal. Tinham uns pneus de trator queimando no meio da rua e muita fumaça. Bomba pra caralho.
Nessas, eu tava no protesto e comecei a fotografar. Uma bomba veio na minha direção, mas ela era gigante e eu não conseguia nem chutar, nem jogar para longe. Veio muito gás e eu decidi correr para casa.
No corredor do prédio eu vi que tinham umas manchas de tinta branca perto da escada. Comecei a seguir e vi que era um vandalismo, umas pixações. Petralha, esquerdista, essas merdas... A tinta e os xingamentos iam pra minha porta. Nessa hora eu entrei em pânico e vi que a porta do apartamento estava quebrada e de dentro saía uma fumaça preta.
"Não é possível isso! Filhos da puta! Só porque eu  impedi a demissão dos porteiros do prédio? Isso só pode ser um sonho"
Acordei no mesmo lugar, mas a porta estava fechada. Tinha tinta nas paredes mas ninguém entrou em casa. Meio aliviado, eu virei para a Luísa e comentei: "E aí? Que tal foi sua primeira bomba de gás". Ela achou meio engraçado, mas sério.
Voltei para o corredor para ver se a câmera de segurança teria conseguido filmar quem fez isso na minha porta quando surgiu pela escada o Caetano carregando o Henrique nas costas. Eles estavam no protesto, acho, mas Henrique não parava de vomitar. Estava passando muito mal.
Corri para o interfone para avisar o porteiro e ouvi, numa linha cruzada, o subsíndico reclamar com o porteiro que ele tinha deixado entrar no prédio alguém vomitando. Fiquei puto e comecei a ligar pro prédio todo tentando avisar o que estava acontecendo.
Acordei e achei um sonho divertido.